sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Iam navegando pelo rio abaixo...


Paris é uma cidade super total flex no sentido de “como conhecer”. Ou seja, dá pra turistar de busão com laje, de bicicleta pública, de apé, de mêtro, e até de barquinho. E é o passeio de barquinho, o tema do post de hoje.

O barquinho de Paris é chamado Bateau Mouche (o que me faz lembrar aquele desastre no Rio, aonde morreu uma global). Ele faz o roteiro do Rio Sena, começando lá perto da Torre Eiffel, contornando a Île de La Cité, e voltando. O que quer dizer que passa do ladinho dos principais pontos turísticos, a citar: a Torre em si, a Catedral do Quasimodo, o Louvre, o Dorsay, blá blá blá wiskas sachê. O turista pode optar por pegar o barquinho que imita ônibus (batobus - dá pra descer, passear, e esperar pelo próximo no ponto), ou por ficar lá dentro, só respirando, e olhando a paisagem durante uma hora.
Na minha modesta opinião, a grande atração desse passeio são as pontes. Porque o cara do microfone (é, tem cara do microfone no barquinho), fala um tantinho de cada uma delas. E cada uma tem um quê especial. Então, tá, vou encarnar aqui e agora o cara do microfone procêis:


Pont d’alma: Poético o nome, né? Essa ponte foi inaugurada por Napoleão III (é véia) em homenagem a uma batalha da Guerra da Criméia, e como decoração, ganhou estátuas de soldados. Foram escolhidos três, mas hoje em dia, de original, só tem o Zuavo, que não é exatamente um soldado, mas o título que davam a certos soldados da infantaria. Essa estátua é mara, e eu explico o porquê: ela funciona como indicador de enchentes (ói aí, Blumenau). Se as águas do Sena começam a bater no dedão do Zuavo, Paris fica em alerta. Se chegam no tornozelo, pode sair correndo! Imagine que, na enchente de 1910, Zuavo tinha água até o pescoço. #blumenauvibe. E sabe mais o que? Foi embaixo do viaduto da Pont d’alma que a Princesa Diana foi morta. Oo

Zuavo
Zuavo se afogando na enchente de 1910. Foto by Pierre Petit

Pont Alexandre III: De tirar o fôlego! Tem quem não ache graça em ponte, mas é só até conhecer essa aqui. Calhou deu cruzar com ela no primeiro dia de Paris e foi o suficiente pra me deixar deslumbrada pelo resto da viagem. Querubins, ninfas, cavalos alados. Você tá em Paris, mas parece o Olimpo. E tem muito dourado, que francês adoura um brilho.

Foto by Wikipedia

Pont des Arts: Tá apaixonado? Suspirando? Cara de bobo? Então essa é a ponte pra você! A pont dês arts é estreitinha, porque é pra pedestre, e tem gradeado de ferro de ambos os lados. Daí que esse gradeado tá lotado de cadeados, e nem é pra prender o aro da bicicleta. Diz a lenda, que se um casal prende na ponte um cadeado desses, e joga a chave no rio, fica unido pra toooodo o sempre. <3. Se quiser o divórcio depois, só fazendo aulinha de mergulho (comentário de gente amarga).


Pont Neuf: Significa ponte nova. Repara na incoerência: ela é a ponte mais velha de Paris. Por lá passou de um tudo, como você pode imaginar. Mas o que eu achei mais interessante foi a plaquinha perto da sua escadaria (passa despercebida), que diz o seguinte: “Neste lugar, Jacques de Molay, último Grão-Mestre dos Templários, foi queimado a 18 de março de 1314". #códigodavincivibe. Mais uma curiosidade, e essa é bem gay: os arcos da ponte são ornamentados com rostos masculinos, que dizem as más línguas, foram inspirados nos cortesãos de Henrique III. A interpretação fica por sua conta, num sei de nada.

Foto by Timot Elliot

Cês me desculpem, viu? Que eu tô com esse problema. Quando começo a escrever, não consigo mais parar. Daí fica assim: post monstro! Faltou ponte, tá? Mas essas daí, são o que há de melhor.
Pra quem ainda não entendeu, a maioria do conteúdo em itálico significa: escrevi errado de porpósito. E o que tá em roxinho é link.
Bjo, me liga!

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Museus e o golpe do anel.


Hotel des Invalides

A França sempre foi briguenta. Não parece, eu sei. Você olha as fotos-quadros dos reis e acha que é uma parada gay medieval. Mas é tudo rei barraquento. Então que a França entrou na I Guerra, na II Guerra, na dos Cem anos, nas Napoleônicas (dãr), etc. E sabe como é guerra, né? Uma quebradeira só. O povo volta pra casa todo lesado. Por conta disso foi criado o Hotel dês Invalides, ou hotel dos inválidos, reservado apenas para os soldados que não voltaram inteirinhos.
Hoje em dia o Hotel ainda cumpre seu papel, mas também virou Museu da Armada e Necrópole. É como eu disse: tem gente enterrada em tudo quanto é monumento de Paris. E sabe quem tá enterrado nos Invalides? Napoleão! Seus irmãos e seu filho também. Eu aqui falando de guerra, de túmulo, quase que nem falei da cúpula dos Invalides. Em uma palavra: dourado!

Do jardim do Museu Rodin, tirando foto da cúpula do Invalides
Do ladinho do Hotel dês Invalides, numa entrada meio escondidinha, está o Museu Rodin, um antigo hotel onde o escultor impressionista viveu os últimos anos de vida. É legal por dentro, mas é espetáculo por fora. Tem um jardim com as esculturas mais famosas, tipo O Pensador, espalhadas. Valapena!
Não tão perto, mas facinho de ir a pé (cuidado com o golpe do anel*), está o Museu d’Orsay. Ele já foi Estação Ferroviária, mas com o tempo, foi promovido a Museu. E tem especialidade: é impressionista. Sou doida num impressionista! Monet, Renoir, Van Gogh, Degas, Cézane... minha lista top 5.

Do lado de fora do d'Orsay. Não pode sentar do lado das estátuas, tá? O guardinha briga.



*O golpe do anel. É assim: Você turista inocente, tá lá, passeando, assobiando, de mapa na mão. Daí uma pessoa na sua frente (pode ser homem, mulher, criança) encontra um anel no chão, e te olha com cara de “Olha, encontrei um anel no chão”. Você sorri pra pessoa, porque vc é turista, e está cheio de amor no coração. Daí a pessoa te oferece o anel, porque é contra a religião dela usar badulaques. Você recusa, porque, vc é turista, mas não é idiota, e a situação começou a ficar suspeita. A pessoa insiste, e vc é turista, e tá louco pra chegar no próximo museu antes que feche, então aceita ou não, e dá tchauzinho. Mas a pessoa te segue, diz que tá com dificuldades na vida e te pede dinheiro. Experimenta dizer não, ou dar só três eurinhos. Vai levar um xingão, e em francês, o que é pior, porque vc é turista, e vai entender nada.
A cada 100m entre o Invalides e o d’Orsay tem um ser aplicando o golpe do anel.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Marais

Comecei pela pastilha, quer dizer, pela Place de La Bastille, que a pastilha mesmo nem existe mais. A pastilha surgiu como fortaleza medieval e depois virou prisão, dessas com calabouço. Até o dia em que a população alucinou e resolveu se revoltar (vide Revolução Francesa). Pra isso precisava de armas e munição. Bóra pra pastilha (era lá que o rei guardava sua pólvora e eteceteras). O povo bem doido resolveu vandalizar geral e ainda botar fogo. Que eles não tavam pra brincadeira!

A Maison de Victor Hugo tá bem nas costas da fotógrafa aqui.

De lá fui a Maison de Victor Hugo, o cara que escreveu a história do Quasimodo. Contribuiu pra Disney, já curti! Victor Hugo também escreveu “Os Miseráveis” e foi ativista republicano. A Maison é um mini-hotel (onde ele viveu com mulé e filhos), que virou museu. O último andar é tipo a casa dele, com mobiliário original e tudo. Na frente da Maison tem dessas praças fofas, que só Paris tem.

Jardim do Carnavalet

Outro museu de grátis, ali pertinho, é o Carnavalet. Todinho sobre a História de Paris. Me acabei, né? Passei tipo, três horas, pulandinho de feliz, lá dentro. Daí, fui almoçar, e te prepara, que eu vou falar do melhor restaurante, que eu provei em Paris, tá? Le Petit Marché. Come-se MÓITO bem, por um preço bem razoável, o ambiente é ótimo, descontraído. O risoto vegetariano tava daqui, ó!

Almocinho no Le Petit Marché

O Marais é conhecido como o bairro gay de Paris. Daí vc tira que ele é dos mais fashions e divertidos ( :P ), e imagina que não é numa tarde, que dá pra ver tudo o que ele tem de bom. Mas eu vou citar procêis: tem Museu Picasso (e onde é que não tem Museu Picasso?); tem Memorial de Shoa, um monumento pelos mártires do holocausto (quem foi, disse que soltou uma lágrima); Tem Museu da História do Judaísmo; Tem Museu das Artes e Ofícios, que devia chamar Museu das Invenções; Museu da Caça e da Natureza, cheio de cabecinhas de bambi empalhadas; além de montes de ateliers, estúdios e boutiques.

Íssaí atrás de mim não é pula-pula de festa infantil. É arte moderna, tá?

Tem também o Centro Pompidou, o maior Museu de Arte Moderna da Europa, e o edifício mais medonho que Paris podia inventar. Tem quem goste, né? Que gosto é feito bumbum. Mas, de boa, Paris toda clássica, lynda e dyva, me colocam um prédio quadrado e do avesso, com toda a tubulação pra fora, e querem que o povo aprecie. :S

Fui no cemitério-tério-tério-tério!

Esse monte de lugares que eu falei, dá pra visitar a pé, tudo um do ladinho do outro. Exercício é bom, gentem, pras artrite! Mas tem um outro lugar, meio longinho, que eu queria muito ver: o Cemitério de Père-Lachaise. Eu não sou gótica, não é por aí. Mas é que o Père-Lachaise é tipo ponto turístico, pela quantidade de celebridades enterradas lá: La Fontaine, Moliére, Chopin, Jim Morrison. É bonito, viu? Valapena! Tem mais escultura que muito museu.

Tumba do Jim Morrison. É das mais sem-gracinha.

Mas, assim, deixa eu compartilhar a minha experiência com vcs. Lá dentro do cemitério, fui seguida de longe, por um velhinho de cabelo branco. E bateu aquela nóia: Será que é vivo ou morto? Então entrei no meio das tumbas pra despistar, e foi pior, porque bateu a outra nóia: Tem gentes me olhando! Quem me conhece sabe, que eu durmo de luz acesa, então conclua que a visita foi bem, beeem rápida.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Amélie Poulain, Toulouse Lautrec, Satine…

Eles estiveram em Montmartre. E eu também.

Antes de ir pra Paris, quando eu lia a respeito de Montmartre, ficava sem entender porque é que todo mundo dizia que é um bairro apaixonante. Eu também não sei explicar, talvez pela vista maravilhosa que se tem de lá de cima (é o ponto mais alto de Paris), talvez pela carinha de cidade do interior, pelas escadarias ou pelas ruas com parapeito (e lelepípedo também)... não sei. Só sei que foi assim. Montmartre é desses bairros que dão aquela nostalgia de maluco. Uma saudades do que nunca aconteceu, sabe?

Dada essa introdução, falemos do topo do morro. Diz a lenda que lá no topo do morro, aonde hoje em dia está a Basílica do Sacré-Coeur, Saint Denis (que até então era só Bispo Denis) foi decapitado por uns pagões romanos. Enche o saco, né, gente? Esse negócio de ser decapitado. Sant Denis também achou. Aborrecidíssimo, tratou de pegar a cabeça do chão, e sair andando, sem nem olhar pra trás. Só parou lá onde está a outra Basílica, a que tem o nome dele. E desde então, o Montmartre virou local de peregrinação, porque convenhamos...
A Basílica do Sacré-Coeur é estonteante. Em formato de cruz, tem várias cúpulas em estilo romano e bizantino. Mas o melhor está do lado de fora: uma vista panorâmica da cidade toooooda!


Ali pertinho está a Place Du Tertre, um reduto de artistas. Parece uma feira de quadros a céu aberto, e é rodeada de restaurantes e bistrôs. Eu estava ali bem na hora do almoço (que, durante as férias, é qualquer hora, néam?) e escolhi o Chez Plumeau. Comida ótima, atmosfera ótima e é exatamente ao lado do Museu Dalí. Pro caso de dar vontade de fazer a digestão num lugar pitoresco. Por lá há também o Museu de Montmartre, interessante pra quem gosta de história (tem uma estátua de Saint Denis, segurando a pópria cabeça).

Chez Plumeau

Mas, olha, se vc quer comer num lugar mais famoso, também há. Descendo a ladeira da Rua Lepic está o Café Deux Moulins. E é famoso por que? Porque é o Café da Amélie. Aix, que tudo! Porque Amélie era moradora de Montmartre, né? E a mercearia/quitanda que ela costumava freqüentar, Au Marche de La Butte, também fica nas redondezas. Claro que isso tudo foi antes dela descobrir que era parenta da Maria Madalena.

Descendo essa rua aí, a Lepic, você chega na Pigale. Á esquerda está, nada mais nada menos que o Moullin Rouge. Voulez-vous coucher avec moi? Não sei vc, mas eu jurava que o Moulin Rouge era só glammour. Eu acreditei na versão do Baz Luman com toda a minha alma! E talvez por dentro, a noite, pode ser, sei lá. Mas, de dia por fora, não, não é. Eu vos garanto. Depois, tem mais, a Pigalle é famosona pelas casas da luz vermelha, que são praticamente vitrines de mulheres de vida fácil, ou nem tanto. Roxaneeee! Então você pode imaginar que é uma área meio decadente. Luz vermelha, não vi nenhuma. Mas vi muito sex shop, tipo um quarteirão inteiro só deles. E, se é pra entrar na vibe, adentremos o Museu do Erotismo. Uma sacanagem só!


Mas você é singela, é inocente e não curte essas safadezas? Então tá. Ali pertinho, na Rua Chaptal tem o Museu da Vida Romântica. Assim,quando vc entra nele, não tá tocando CD do Julio Iglesias, nem nada. Ele é da Vida Romântica, no sentido de estilo de arte romântica da metade do século XIX. Ainda assim não deixa de ser singelo, porque ele é uma casinha, cheia de heras do lado de fora. Do lado de dentro tem aquela decoração antiga fofa, que lembra a vovó. E interessante é a escada em caracol, pendendo pro lado. Eu jurei que despencava! Entre as obras que lá hão, está um busto da Princesa Isabel. A nossa Princesa Isabel!

Esse post é quase o TV Fama, cheio de celebridades!